segunda-feira, 4 de abril de 2011

RECAÍDA

Bem, acho que eu não superei o "abandono" por assim dizer.A armadura que criei, e que eu reforçava todo dia sempre que ela balançava quando via outros pais com seus filhos não era tão firme quando eu pensava que fosse. À tempos ela andava imóvel, firme, anestesiando ou escondendo todo sofrimento que havia sob ela. Nenhuma falta, nem de carinhos, amor ou de conversas e principalmente de brincadeiras,nada. Saudade era e é inevitável, é claro que daria pra sentir mesmo de armadura,mas falta, ah essa nem dava pra saber o que era.E ela demorou pra ficar firme, e ficou muito firme por muito tempo. Até que a primeira cena sacudiu a armadura com força, e cada cena após a primeira sacudia com ainda mais força. A cada sacudida a armadura despencava,deixando transparecer toda aquela falta acumulada de anos.Deixando evidente toda carência de amor,brincadeiras e presença principalmente. Coisas entre pai e filha, coisas que ja existiram e que se foram,que foram guardadas e esquecidas dentro da armadura.
Eu não tive inveja, não mesmo, aquilo só me fez lembrar de algo que eu não queria e de tudo que eu poderia ter.Eu achei lindo e fiquei super feliz que alguém ainda tem tudo isso que eu preciso. E tive raiva de mim. Que pude esconder isso por tanto tempo e tantas vezes e agora pus tudo a perder. E ainda, de que adianta tentar construir outra armadura se tudo isso vai se tornar tão presente em minha vida? Sempre que eu presenciar ela vai ruir e cair.


Dedicado a relação entre pai e filha, mais linda que eu já vi na minha vida, ao meu sogro e minha cunhada.



por umponto, que hoje ta tristinha :x